Cinco Ilhas Estranhas que só Existem no Brasil.

A estranha Ilha de Trindade, ilha oceânica brasileira, onde podemos ver, ao fundo, samambaias do tamanho de árvores formando uma rara floresta de samambaias.     Por Vitogustavo.

   Se há lugares neste mundo que acabam ficando bem estranhos são as ilhas. Isoladas dos continentes, estes micromundos precisam se adaptar ao isolamento e funcionar cada um à sua maneira.
   H.G. Wells com "A Ilha do dr Moreau", Julio Verne com "A Ilha Misteriosa", "A Terra do Nunca," onde o escritor James Matthew Barrie eterniza a juventude de Peter Pan, e que tal todos os destinos bizarros de Guliver em "As Viagens de Gullliver", de Jonathan Swift... são todas obras de ficção incríveis onde os autores encontraram inspiração em ilhas estranhas. Então, neste artigo, vamos buscar inspiração por aprendermos um pouco sobre ilhas brasileiras pouco faladas, mas cheias de mistérios... tão perigosas que a maioria sequer é permitido por o pé.







   Em Peruibe, SP, nas redondezas do balneário Gaivotas, você poderá observar, no azul horizonte marítimo, a sombra distante de uma ilha intocada. E é o máximo que você pode contemplar desta ilha. Chamada de Ilha da Queimada Grande, é lar de uma pequena e endêmica (só existe nesta pequena ilha) espécie de cobra, cujo veneno é tão mortal que uma picada significa, praticamente, uma sentença de morte - a jararaca-ilhoa (Bothrops insularis). Se o raro antídoto não for aplicado em menos de duas horas, o órgãos do corpo falecem e a pessoa morre.
   Acredita-se que o veneno desta cobra tenha ficado assim tão potente para poder causar morte instantânea nas aves que visitam a ilha, praticamente a única fonte de alimento para essa cobrinha, que ela busca ao subir em árvores; comportamento exclusivo desta espécie de jararaca.
   A ilha está simplesmente repleta dessas cobras, estima-se uma em cada metro quadrado da ilha! No passado quando o acesso á ilha não era proibido, era costume provocar queimadas na ilha para afugentar as cobras, o que rendeu um nome muito estranho para a ilha.







   Diferente da Ilha de Alcatraz americana, a ilha brasileira é um pedaço de terra que permaneceu intocado por milhares, talvez milhões de anos.
   Embora esteja separada do continente por apenas 35 quilômetros de mar, o interesse científico desta ilha (parte principal de um arquipélago com ilha menores) é bem recente. No passado, um paredão da ilha era alvo de treinamento com canhões, e podem ser encontradas as balas de canhão espalhadas pela ilha.
   A Ilha de Alcatrazes tem uma geografia muito diversa, apesar de sua pequena extensão. Há morros, uma mini-cordilheira, canaviais, florestas, uma campina e até um vale entre morros. Uma ilha do tipo que poderia mesmo ser imaginada como um mundo perdido e pré-histórico.
   Apesar da ilha, agora já explorada, não ter dinossauros, há espécies únicas de animais na ilha, que se apresentam, estranhamente, em versões miniaturizadas das versões continentais: a jararaca-de-Alcatrazes (Bothrops alcatraz) a menor espécie de jararaca do mundo e a única que é insetívora, a perereca-de-Alcatrazes (Scinax alcatraz), um dos menores anfíbios do mundo com apenas 25 milímetros e a rã-de-Alcatrazes (Cycloramphus faustoi) uma pequena rã escura que vive na ilha.
   Há também cerca de seis espécies de plantas endêmicas, algumas dão flores únicas, como a Siníngia insularis. Outras espécies de fauna e flora não são endêmicas mas ainda assim, muito raras, tornando a ilha um local de grande interesse ambiental.
   A biodiversidade da ilha incluí também mais de cem espécies de aves, o maior ninhal de fragatas do mundo, capaz de agrupar 6 mil fragatas, a maior diversidade de peixes do Brasil com 250 espécies, inclusive a estranha enguia-de-jardim (Heteroconger longissimus) peixe que até então não se sabia ser brasileiro, que se enterra na areia do fundo do mar, frequentemente expondo até metade do corpo para fora, como uma estátua de jardim.
   Recentemente aberta ao público, para visitar as proximidades por barcos, não é permitido o desembarque na ilha.






  Um atol é uma ilha formada por sedimentos de origem exclusivamente biológicas, como restos de corais e conchas. O único atol do Brasil é também único pelo fato de ser o único atol tropical do Oceano Atlântico, com uma biodiversidade muito rica.
   O local é cheio de piscinas naturais envoltas por areia biológica que também possibilita com que plantas de restinga cresçam, cobrindo a ilha com um pouco de verde para competir com o tom da areia. O atol também é ninho de tartarugas marinhas, inclusive a tartaruga-verde, ameaçada de extinção, e a tartaruga-de-pente, criticamente ameaçada. A ilha também possui uma grande população de aratus, caranguejos raros que só habitam ilhas distantes do continente.
   É possível encontrar também espécies de aves migratórias fazendo parada de diferentes regiões do mundo; além de cinco espécies que residem no atol permanentemente.
   Para visitar a ilha por turismo é necessário autorização especial do IBAMA.







   Uma das regiões mais inóspitas do Brasil, a ilha de Trindade e sua companheira menor, Martim Vaz, ficam no extremo leste do Brasil, bem no meio do oceano Atlântico.
   Martin Vaz é um planalto rochoso, quase sem praias, e com pouca vegetação; a Ilha da Trindade é mais exuberante, embora ainda seja um ambiente bem inóspito e rochoso.
   O local onde ficam as duas ilhas é cheio de rochedos afiados escondidos sob a superfície da água, além de diversas ilhotas que formam o arquipélago Trindade e Martim Vaz.
   Embora menos exuberante, a ilha de Martin Vaz abriga espécies raras de aranhas. 
   Porque a ilha de Trindade é mais exuberante do que a rochosa ilha de Martim Vaz? A resposta está no fato de que a ilha de Trindade é repleta de solo vulcânico, solo muito nutritivo para formas vegetais. Sim, a ilha da Trindade contém um vulcão extinto, que outrora espirrou rocha derretida pela ilha. O chamado Morro do Paredão é, na verdade, as ruínas de um vulcão extinto, o único vulcão brasileiro.
   Nesta ilha vulcânica podemos nos aventurar por uma rara floresta de samambaias-gigantes (Cyathea copelandii). A espécie de samambaia-gigante da ilha, além de ser ainda maior e possuir diferenças morfológicas em relação à espécie continental, Cyathea delgadii, ocorre predominante na ilha, formando uma floresta de samambaias não vista em nenhum outro lugar do mundo. Outras samambaias raras ocorrem abundantes na ilha.
   Um excelente arquivo sobre a fauna e a flora desta ilha pode ser lido aqui







   Sem dúvida o ambiente mais inóspito do território brasileiro, esse pequeno arquipélago está situado após o final da placa tectônica sulamericana, já no início da placa africana. Não há água, nem vegetação nativa em nenhuma das ilhas. Uma estação de pesquisa funciona ali e é constantemente habitada por revezamento, para garantir a soberania da ilha.
   Mas o que uma ilha tão inóspita poderia ter de tão importante? Ela é nada menos do que a única ilha do mundo cuja a superfície exposta é composta do manto oceânico. É o único manto oceânico exposto do mundo e é brasileiro! Isso possibilita raras oportunidades de estudos científicos.
   Apesar de inóspita, as ilhas são usadas para nidificação por muitas espécies de aves marinhas. Além de crustáceos como o exótico caranguejo Grapsus grapsus.


   Então pessoal, vocês sabiam que existem tais territórios brasileiro tão isolados e estranhos? Comentem o que acharam!




Nenhum comentário:

Fernando Vrech. Imagens de tema por andynwt. Tecnologia do Blogger.