Guia da Insônia #24 Henry Rider Haggard

Sir Henry Rider Haggard (1856-1925)
Estilo: Aventura; Ficção Histórica


 Sendo o único entre seus irmãos que não recebeu educação particular, o britânico Henry Rider Haggard levou um bom tempo para avançar na vida. Seu pai pôde ter decidido economizar na educação de Henry, talvez pensando que o filho mais novo não se tornaria grande coisa.
   Ele não passou no exame de admissão para o exército, então ele foi enviado para um curso intensivo, em Londres, para prestar um exame de admissão no Ministério das Relações Exteriores Britânico; mas Haggard estava desinteressado; ele passou esse tempo em Londres entrando em contato com pessoas interessadas no estudo de fenômenos psíquicos.
  Tendo também a admissão no Ministério Britânico falhado, seu pai o enviou para a região que atualmente é a África do Sul, para trabalhar em um posto não-remunerado como assistente do secretário do governador da colônia britânica de Natal. Foi nessa fase de sua vida que o escritor entrou em contato com culturas, costumes e lendas que lhe serviriam de inspiração posteriormente.
    Depois de constituir uma família, já de volta na Inglaterra, Haggard e sua esposa viajaram pela África juntos, revelando que a aventura era mesmo a paixão do escritor. Embora Haggard tivesse tentado seguir carreira na área em que vivenciou durante sua juventude na África, a área das leis e da justiça, Haggard via a literatura como uma carreira mais promissora e dedicava muito de seu tempo livre elaborando romances de aventura.
    Em 1885, por fim, Haggard publica seu mais famoso romance: As Minas do Rei Salomão. Se você, leitor, é um saudosista dos anos 80, certamente se lembrará do personagem Allan Quartermain, um primordial "Indiana Jones", que esquentou as telas das TVs abertas na época. Este personagem foi criado por Haggard, cem anos atrás; certamente, inspirado em exploradores que o escritor conheceu durante sua estadia na África, como Frederick Selous.
    O sucesso de As MInas do Rei Salomão garantiu a Haggard o sustento de forma independente. O caçula subestimado pelo pai até ganhou o título de Sir, em 1919, pela sua contribuição cultural.
    Pouquíssimo de sua obra foi traduzida para o português. O que é uma pena.



Sugestões de leitura  
(Obras em Domínio Público)




Fair Margeret. 1907. Ficção histórica. Um casamento arranjado para salvar a nobreza da família de um comerciante, na época de Henrique VII, é frustrado quando a noiva é sequestrada.






The Way of Sprit. (O Caminho do Espírito). 1906. Aventura, Drama. Um homem é capturado por inimigos e severamente mutilado mas sobrevive. Posteriormente é rejeitado pela sua esposa que, devido ao casamento ser arranjado, já não a amava nem inteiro. As circunstâncias levam o protagonista a vagar pelo deserto e encontrar seu antigo amor, um amor verdadeiro; mas ele mantém esse amor platônico por questão de consciência uma vez que estava casado com a mulher que o rejeitara.




The Wizard (O Mago). 1896. Aventura. Um missionário tentando catequizar indígenas africanos é coagido a provar que seu Deus é verdadeiro por meio da realização de um milagre, caso contrário será morto







Heart of the World (Coração do Mundo). 1895. Aventura. Um derrotado príncipe maia e seu amigo europeu buscam a outra metade de uma joia que teria o poder de reerguer novamente o império Maia.







The People of the Mist (O povo da Neblina). 1894. Aventura. Um pobre rapaz tenta reparar os revezes de sua família buscando riquezas na África. Junto com amigos que ele faz no continente, ele encontra um povo lendário que guarda um tesouro em pedras preciosas; mas o clima político dessa civilização perdida é tenso e belicoso.





The Witch's Head (A cabeça da Bruxa). 1885. Terror, Aventura. A vida do jovem Ernest começa a dar muito errado quando ele e seu amigo descobrem, em um antigo cemitério, a cabeça estranhamente bem preservada de uma bela bruxa saxã.








Cleópatra. 1889. Ficção Histórica. Um feiticeiro egípcio que crê ser o herdeiro egípcio ao trono trama para derrotar a rainha romana que rege o conquistado Egito, ninguém menos que Cleópatra.





The Yellow God, a idol of Africa. (O Deus Amarelo, um Idolo da Africa). 1908. Aventura. Seguindo a velha fórmula do aventureiro que busca um tesouro perdido de uma civilização lendária da África desconhecida. Mas aqui, o aventureiro é incolor, deixando que seu ajudante brilhe sobre ele. Inúmeros elementos de aventura também brilham sobre o fraco protagonista; inclusive uma rainha supostamente imortal que mumifica todos os seus maridos... o que é bem original e bizarro.



When the World Shook (Quando o Mundo Estremeceu). 1919. Fantasia. Uma dupla de aventureiros naufraga em uma ilha do pacífico habitada por um povo que adora Oros, seu deus. Eles advertem para que os aventureiros não irem para o vulcão sagrado da ilha, localizada no meio de um grande lago. Após uma contenda eles acabam fugindo justamente para o vulcão. Lá, em uma caverna eles encontram dois caixões cristalinos... é Oros e sua filha Yva, ambos em animação suspensa. Quando os deuses acordam começa a melhor parte do livro.



 Mary of Marion Isle (Mary da Ilha de Marion). 1929. Romance, Aventura. Andrew é um rapaz infeliz no amor: foi rejeitado por uma mulher fútil que queria um homem rico, e casou-se sem amor com sua prima, Clara. Em uma viajem do casal, após um naufrágio em uma ilha, Andrew encontra Mary, uma náufraga que, a muito, sobrevive na ilha, e parece sentir o amor de verdade.






  Romances de Allan Quatermain e Ayesha. Estes dois personagens populares de Haggard, além de se passarem em universos literários muito detalhados, foram unidos em um mesmo universo literário quando Haggard publicou She and Allan (Ela e Allan).



   Haggard nos apresenta a personagem Ayesha em She: A History of Adventure (Ela: Uma História de Aventura) 1886; onde conhecemos Horácio, que fica encarregado de cuidar do filho de um falecido amigo, e recebe junto uma caixa que só deve ser aberta quando o rapaz fizer 25 anos. Quando isso se concretiza, Horácio abre a caixa e vê um artefato com instução para irem para a África. Neste continente, em terras inexploradas, ele encontram uma tribo governada por uma temível rainha de pele branca, Ayesha, que crê-se ser imortal e estar existindo já por um longo tempo. A história se estende para Ayesha, the Return of She, sem muitas mudanças na ideia principal do romance. Posteriormente, Haggard lança Wisdom's Daughter (Filha da Sabedoria) 1923, onde Ayesha conta suas origens remotas.

   Já Quartermain nos é apresentado no seu livro mais famoso as King Solomon's Mines (As Minas do Rei Salomão), 1885, em que Quartemain é contratado para procurar uma pessoa que se perdeu buscando as famosas minas. Posteriormente, Haggard lança um novo livro protagonizado por Allan Quartmain homônimo.
   Há cerca de 15 romances protagonizados por Allan Quartermain, como por exemplo: The Holy Flower (A Flor Sagrada) 1915, em que o aventureiro busca por uma rara flor gigante; The Ivory Child (A Criança de Marfim), 1916, onde ele se envolve em uma épica batalha civil de uma civilização desconhecida, um deus-elefante, tempestade de areia e tudo o mais que uma aventura de Quartemain tem direito.
  Alguns desses romances são visões que Allan tem sob a influência de uma erva psicoativa chamada Taduki. Essas visões seriam, alegadamente, visões de vidas passadas. Em The Ancient Allan (O Antigo Allan), 1920, o personagem se vê como o guerreiro Shabaka e retorna à época em que os egípcios foram conquistados pelos persas. Em Allan and the Ice-gods (Allan e os Deuses-Gelo), ele desperta como o bárbaro Wi, um governante de um assentamento pré-histórico, em meios a mamutes, auroque e smilodontes.
  A chamada trilogia Zulu, Allan Quartemain protagoniza histórias com pouquíssima ou nenhuma fantasia, envolvendo a guerra anglo-zulu de 1879. (Marie, Child of Storm e Finished)
   Ayesha e Quartermain tiveram um crossover em She and Allan (Ela e Allan), onde o aventureiro viaja em busca da lendária rainha com o intuito de saber se sua falecida família está bem onde quer que ela esteja.






















  É isso galera, este é mais um especial Guia da Insônia, como eu já fiz com o H.G. Wells e Júlio Verne, coloquei uma lista bem grande de livros de H Rider Hoggard.
  Conforme eu vou estudando mais o trabalho deste escritor, quem sabe rola também o lançamento de uma tradução de algum trabalho notável dele futuramente?






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