O que Diabos é um Zumbi?



   Galera, inspirado em um artigo no meu site, sobre as teorias da ficção científica, eu tive a ideia de explicar também as teorias do gênero terror. Vamos começar com os nossos queridos zumbis.
   Um zumbi é um cadáver que resguarda ainda um instinto de vida dentro de si; quase sempre adotando uma dieta peculiar - carne humana. Aparentemente, não possui ego, não é mais uma pessoa, apenas um resquício de subconsciência parece funcionar.
  Embora um tiro na cabeça seja normalmente o melhor remédio para um zumbi, não apenas seu cérebro está sub-ativo, como se costuma pensar. Seus músculos funcionam o bastante para que o zumbi rasteje o que sugere também que o coração do zumbi ainda bata precariamente, mas o bastante para irrigar seus músculos e seu cérebro e manter alguns sentidos alertas (não raro apurando o olfato).
   Mas de onde tiraram esse termo "zumbi"? E se tiraram de algum lugar, qual fundo de verdade jaz sobre esta história?
Acreditem se quiser, mas os zumbis da vida real existem de verdade, e guardam tantas semelhanças com o zumbi do terror que podemos dizer que não é um fundo de verdade... mas verdade mesmo!
   De fato, feiticeiros vuduístas do Haiti conseguiram desenvolver um método para se criar um morto-vivo real. Continuem a leitura e conheçam como são os verdadeiros zumbis...

O Zumbi do Vuduísmo

   E um dia de névoa matinal do Caribe, enquanto uma família rural tenta a vida roçando sua pequena fazenda, um corpo vacilante aparece rastejando no meio da poeirenta estrada que agrega o sítio. O ano é 1936, próximo a Port-au-Prince, Haiti.
   Ao se aproximarem intrigados, a família descobre que é uma mulher - cega, muda e aparentemente surda, quando perguntaram a ela se poderiam ajudá-la. Embora dócil, a mulher não respondia e sequer seu rosto, como que amortecido, emitia qualquer expressão facial. 
Felícia Félix-Mentor, um zumbi real. Foto por Zora Neale Hurston
   Um dos empregados a reconhece, mas fica estarrecido.    Ele se lembra de que ela teria morrido a não menos que 29 anos atrás, em 1907. A mulher se chamava Felícia Felix-Mentor.
   Conforme ela foi sendo levada ao hospital, as pessoas notaram que Felícia, embora cega, surda e muda, movia a cabeça de forma bizarra, como uma ave, para um lado e para o outro, em movimentos repentinos.
   Após ser examinada em um hospital próximo, a enfermeira teve dúvidas de qual doença ela deveria registrar no prontuário. O médico, embora pasmado, sabia exatamente o nome da doença da mulher... pediu para enfermeira registrar "Zumbi."
   No folclore haitiano existe a forte crença de que um feiticeiro pode trazer mortos de volta para usá-los como escravos, que chamam de nzumbi ("cadáver" no idioma Quimbando). Ainda hoje, no Haiti, mesmo famílias pobres investem um bom dinheiro em grades para os proteger os túmulos de seus parentes, com o medo deles serem exumados e reanimados por um feiticeiro. Há famílias que mantém vigílias nas proximidades do túmulo, portando espingardas, atentos para o movimento de qualquer feiticeiro ladrão de corpos, ou bokor, como são chamados na ilha.
   Para a antropóloga e folclorista Zora Neale Hurston isso não passava de crendice, até ela investigar o caso de ninguém menos que Felícia Felix-Mentor. De fato, foi ela mesma quem fotografou Felícia; podendo examinar o caso em primeira mão. Após apurar os fatos dispostos em sua frente, ela passou realmente a acreditar que corpos estavam sendo reanimados, de alguma forma, no Haiti. Segundo ela:
  "A visão foi terrível. Aquele rosto imóvel, com os olhos mortos. As pálpebras eram brancas em torno dos olhos, como se tivessem sido queimadas com ácido. Não existia nada que você pudesse dizer a ela ou retirar, exceto olhar para ela, e a visão de sua ruína era demais para suportar por muito tempo."

   Outro caso intrigante de zumbificação ocorreu com Clairvius Narcisse. Ele conta... sim ele conta!... que fora hospitalizado, em 1962, com fortes dores na cabeça, até o médico decretar seu óbito horas depois. Mas o homem relata que não havia morrido! Ele se lembra do choro de sua irmã ao descobrir a sua "morte", se lembra de colocarem um lençol em sua cabeça... e tem lembranças terríveis de ter acordado momentaneamente já dentro caixão! Após isso Clairvius Narcisse tem vagas lembranças de ter trabalhado em uma plantação de cana, junto com outros trabalhadores zumbis. Ele acredita que essa "morte" foi encomendada pelo seu próprio irmão, de olho em sua pequena propriedade.
   Ele clama que um sacerdote o exumou de seu caixão e o reanimou da falsa morte, levando-o para trabalhar para ele nesta plantação. Mas o sacerdote morreu e a plantação, distante da civilização, ficou por um tempo cheia de zumbis vagueando sem objetivo, até que ele foi recuperando a consciência, lentamente, com o tempo, e decidiu fugir.
   O homem ficou muito tempo vagando até que se lembrou da sua terra natal e lá foi reconhecido por sua irmã Narcissea, em um encontro emocionante. Ao se localizar no tempo percebeu que o ano era 1982, e que ele ficou pelo menos 16 anos trabalhando como escravo em um estado de morto-vivo.

 
Se você duvidar dele, Narcisse te leva até o seu túmulo e mostra o nome dele na lápide.

   O antropólogo Wade Davis, passou anos investigando casos de zumbificação, dando atenção especial ao caso de Clairvius Narcisse. Ele descobriu algumas plantas e toxinas, usadas em rituais de reanimação: uma dessas substância é tetradoxina, veneno retirado do Baiacu (aliás, em um restaurante oriental, tome muito cuidado se você pedir um prato chamado Fugu), este veneno é capaz de causar um estado de letargia muito próxima da morte, que médicos de regiões precárias não saberiam diferenciar de uma morte real. Após o enterro do falso cadáver (por que não dizer morto-vivo) o feiticeiro o reanimaria deste estado cataléptico usando uma planta misteriosa chamada "Pepino do Zumbi", algo como o éter, usado para reanimar pessoas inconscientes.
    O estado de zumbificação é explicado como sendo a falta de oxigenação no cérebro; que tira da vítimas diversas funções de autoconsciência, tornado-a sugestionável a trabalhos simples. Nesse ínterim, o feiticeiro acredita estar possuindo a alma da vítima; algum feiticeiros carregarão um pequeno pote onde acreditam que aprisionaram a alma. 
   Embora um zumbi suporte viver apenas alguns meses neste estado, informações dadas por Narcisse revelam que uma poção administrada regularmente mantém o zumbi por muito mais tempo.
   Outras pessoas crêem que esses zumbis são simplesmente pessoas mantidas drogadas para serem usadas como escravas. 

E aquele negócio de vírus?

   Mas os zumbis mais pops do momento são, certamente, os zumbis da ficção científica: um vírus que reduz as pessoas ao seu instinto animal, e canibal; enquanto seus corpos vão se decompondo.
   É, embora tenha aquela história de que o pentágono já tem até um plano de contingência para o caso de uma infestação zumbi, nenhum vírus é capaz disso. Mas há um vírus que guarda muitas características do vírus zumbi. É um vírus conhecido, que subestimamos, e seu perigo potencial passamos despercebido - estou falando do Lyssavírus, o vírus da raiva.
   Pensa bem, o vírus se espalha por meio da saliva infectada em contato com a corrente sanguínea. Que melhor estratégia um vírus assim poderia ter senão provocar agressividade no infectado para que ele morda outras pessoas? Isso me lembra um tal de vírus zumbi...
   Se alguma organização funesta um dia resolver criar um vírus zumbi, o caminho óbvio seria uma mutação para potencializar o vírus da raiva. Bom, é melhor eu não dar ideia, não é? Vou parando por aqui então...



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