A Expedição ao Mar Cáspio
O Anexo abaixo é de um artigo do professor Kalebh Akshan sobre de seus achados mirabolantes, que poderiam trazer alguma luz para o caso de Daren.
Eu consegui esse artigo na revista “Insólito”, uma revista de pouca repercussão, que trata de conspirações, ufologia e outras coisas sombrias.
Eu me lembrei de ter lido esse artigo quando Daren falou sobre esse cão.
Vou entrevistar agora o professor Kalebh Akshan, um arqueólogo com inúmeras expedições em sua carreira, sempre lutando pela liberdade de informação, algumas vezes ridicularizado pelos seus colegas arqueólogos.
Professor, o senhor nos concedeu essa entrevista para nos explicar sobre uma de suas descobertas, um manuscrito, que tem sido bastante polêmico, pois conta uma história de eras antes da própria humanidade. O senhor pode nos contar onde o senhor encontrou o Manuscrito da Verdade Eterna?
“Na verdade, Rodney, essa é uma tradução aproximada de como o documento se autointitula.”
O senhor poderia nos mostrar como é o título original?
“Eu poderia pronunciar, mas como esse entrevista é por escrito, eu vou escrever para vocês:
Nossa, professor! Isso é árabe, né?
“Persa, na verdade. Mas, respondendo a sua pergunta inicial, eu encontrei esse manuscrito persa nas ruínas de um antigo templo que eu e meu amigo Ermolai Dmitriev descobrimos em uma de nossas expedições. É estranho como pouco se falou da minha descoberta, pois é maravilhosa!”
Ah, nós bem sabemos porquê: descoberta polêmica, que discorda do que é comumente aceito como verdade… a tendência é esconder e ridicularizar quem fala a verdade.
“Você disse uma coisa interessante, filho! Porque não só o manuscrito como também as ruínas eram estranhas.”
Explique-nos. Porque ruínas estranhas é o que nos interessa – e sei que falo pelos leitores da “Insólito” também.
“Bom, a nossa expedição, isso ainda no começo dos anos 50, era composta pelo meu colega Dmitriev, um casal de guias, quatro ajudantes e, finamente, eu. Estávamos seguindo pistas de uma civilização que teria prosperado séculos antes dos persas naquela região. De fato, essa civilização teria um território ainda maior que o Império Persa, tendo como limite apenas o Império Egípcio, ao oeste e a China e Índia ao leste, bem como o mar mediterrâneo e o mar arábico, ao norte e sul, respectivamente; já a região onde hoje é a Rússia, não passava de uma vastidão desinteressante na época.
"Na época eu estimava que essa civilização, brevemente citada em achados arqueológicos que havíamos estudado anteriormente, teria prosperado há cerca de cinco mil anos Antes da Era Comum; ou antes de Cristo como a maioria prefere dizer."
"O Mar Cáspio ficava no interior desse suposto território e ficava no caminho para onde íamos, uma vez que vínhamos de uma expedição anterior no oriente.”
“Vocês eram arqueólogos entusiasmados, ein?”
O Delta do Volga é uma região biogeográfica estupenda! Uma extensão de inúmeros afluentes, extensos juncos onde pelicanos e flamingos, totalmente incomuns nessa região árida, podem ser encontrados em rota de migração. Além de muitas outras aves ribeirinhas, peixes pululantes e uma exuberância vegetal de encher os olhos. É uma mistura de pântano sombrio com o paraíso!
Encontrar algo tão majestoso, talvez ruínas sagradas, nessa região tão linda, era melhor ainda do que esperávamos para essa expedição.
Deslumbrados, Ermolai e eu nos revezávamos nos remos. O casal de guias e os serviçais se recusaram a continuar pois eles afirmam que conhecem as histórias sobre o Spenta Vahishta, que são assustadoras o bastante para eles se manterem longe.
Kustanai, o marido do casal de guias, conta que um conhecido seu já guiou uma equipe Nazi pela região, uma vez que os Nazistas vasculharam toda a Ásia em busca de artefatos poderosos. Ele contou que os nazistas, quando se aproximaram do dito lugar, estremeceram ao investigar o local e saíram de lá às pressas afirmando simplesmente que não era esse tipo de conhecimento que o Führer buscava; embora o guia tenha visto pavor nos olhos de alguns dos outrora destemidos alemães.
Um dos místicos que acompanhavam o grupo nazista teve um infarto fulminante após examinar alguns achados no local. O colega do nosso guia, que testemunhou a reanimação do místico pelos paramédicos, viu também em que estado o místico alemão despertou do incidente: estado de choque e insanidade, com instabilidade entre profunda euforia e extrema melancolia, embora poucos o compreendessem quando falava, tal era seu estado. O guia não acredita que o local seja amaldiçoado, ele acredita que foram as descobertas no Spentavahishta que mexeu profundamente com o forte sistema de crenças do místico e o levou à insanidade. Por isso ele não quis nos acompanhar, dizendo que prefere não arriscar ter um conhecimento que não faz bem para a saúde mental.
Mas aquela aventura magnífica não deixava que nenhum boato nos impedisse. Só queríamos encontrar esse lugar, explorar seus pergaminhos e, eu acreditava, estando muito melhores preparados intelectualmente do que um místico nazista, as descobertas não nos afetariam.
Após dias navegando por aquelas estupendas terras alagadas, finalmente o dono da pensão, que fora nosso guia, nos apontou dizendo:
“O Spenta Vahishta!”
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Eu consegui esse artigo na revista “Insólito”, uma revista de pouca repercussão, que trata de conspirações, ufologia e outras coisas sombrias.
Eu me lembrei de ter lido esse artigo quando Daren falou sobre esse cão.
O Manuscrito do Professor Akshan - Revista Insólito #65
Vou entrevistar agora o professor Kalebh Akshan, um arqueólogo com inúmeras expedições em sua carreira, sempre lutando pela liberdade de informação, algumas vezes ridicularizado pelos seus colegas arqueólogos.
Professor, o senhor nos concedeu essa entrevista para nos explicar sobre uma de suas descobertas, um manuscrito, que tem sido bastante polêmico, pois conta uma história de eras antes da própria humanidade. O senhor pode nos contar onde o senhor encontrou o Manuscrito da Verdade Eterna?
“Na verdade, Rodney, essa é uma tradução aproximada de como o documento se autointitula.”
O senhor poderia nos mostrar como é o título original?
“Eu poderia pronunciar, mas como esse entrevista é por escrito, eu vou escrever para vocês:
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Nossa, professor! Isso é árabe, né?
“Persa, na verdade. Mas, respondendo a sua pergunta inicial, eu encontrei esse manuscrito persa nas ruínas de um antigo templo que eu e meu amigo Ermolai Dmitriev descobrimos em uma de nossas expedições. É estranho como pouco se falou da minha descoberta, pois é maravilhosa!”
Ah, nós bem sabemos porquê: descoberta polêmica, que discorda do que é comumente aceito como verdade… a tendência é esconder e ridicularizar quem fala a verdade.
“Você disse uma coisa interessante, filho! Porque não só o manuscrito como também as ruínas eram estranhas.”
Explique-nos. Porque ruínas estranhas é o que nos interessa – e sei que falo pelos leitores da “Insólito” também.
“Bom, a nossa expedição, isso ainda no começo dos anos 50, era composta pelo meu colega Dmitriev, um casal de guias, quatro ajudantes e, finamente, eu. Estávamos seguindo pistas de uma civilização que teria prosperado séculos antes dos persas naquela região. De fato, essa civilização teria um território ainda maior que o Império Persa, tendo como limite apenas o Império Egípcio, ao oeste e a China e Índia ao leste, bem como o mar mediterrâneo e o mar arábico, ao norte e sul, respectivamente; já a região onde hoje é a Rússia, não passava de uma vastidão desinteressante na época.
"Na época eu estimava que essa civilização, brevemente citada em achados arqueológicos que havíamos estudado anteriormente, teria prosperado há cerca de cinco mil anos Antes da Era Comum; ou antes de Cristo como a maioria prefere dizer."
"O Mar Cáspio ficava no interior desse suposto território e ficava no caminho para onde íamos, uma vez que vínhamos de uma expedição anterior no oriente.”
“Vocês eram arqueólogos entusiasmados, ein?”
Ahh, bons tempos aqueles… uma expedição atrás da outra… um arrepio atrás do outro…
Nosso destino eram as proximidades da cidade de Batumi, na Geórgia, mas acabamos por ficar bem mais tempo do que o esperado no Mar Cáspio.
Estávamos nos hospedando em uma pensão de uma precária mas hospitaleira vilazinha que os guias conheciam. O dono dessa pensão, ao notar nossos equipamentos de arqueologia nos deu boas vindas especiais e disse:
“Vieram investigar o rio Volga?”
“Porque iríamos investigar o Volga?” – perguntei curioso.
“Ora, vocês não vieram investigar. Há um lugar sagrado, muito antigo, que jaz em meio ao grande delta do rio Volga. Os poucos que conhecem esse lugar aqui na região, escondem dos forasteiros; mas eu, eu não vou guardar segredo, eu prefiro que alguém corajoso vá até lá, com conhecimento técnico e recupere as coisas incríveis que escondidas lá. Se me prometer enviar para um museu o que descobrir lá eu te levo.”
Eu disse sim sem pensar duas vezes e, quase imediatamente, após prepararmos nossa canoa, menos barulhenta e mais discreta, fomos explorar o inóspito delta do Volga atrás desse lugar incrível e intocado que chamam de Spenta Vahishta, que significa, em persa, “Verdade Sagrada.”
Os guias sempre se perguntaram o que uma ruína persa estaria fazendo no rio Volga, por isso queriam que cientistas fizessem explorações. Mas para mim e para meu colega Ermolai Dmitriev, isso não era surpresa. Por isso nos interessamos tanto, não era território oficial do Império Persa, então bem que poderia ter algo a ver com uma civilização ancestral aos persas, muito mais antiga!
“Kal, acho que encontramos algo especial aqui! Por acaso, e por acaso é como coisas especiais são normalmente encontradas.” – Dizia meu amigo Ermolai.
Nosso destino eram as proximidades da cidade de Batumi, na Geórgia, mas acabamos por ficar bem mais tempo do que o esperado no Mar Cáspio.
Estávamos nos hospedando em uma pensão de uma precária mas hospitaleira vilazinha que os guias conheciam. O dono dessa pensão, ao notar nossos equipamentos de arqueologia nos deu boas vindas especiais e disse:
“Vieram investigar o rio Volga?”
“Porque iríamos investigar o Volga?” – perguntei curioso.
“Ora, vocês não vieram investigar. Há um lugar sagrado, muito antigo, que jaz em meio ao grande delta do rio Volga. Os poucos que conhecem esse lugar aqui na região, escondem dos forasteiros; mas eu, eu não vou guardar segredo, eu prefiro que alguém corajoso vá até lá, com conhecimento técnico e recupere as coisas incríveis que escondidas lá. Se me prometer enviar para um museu o que descobrir lá eu te levo.”
Eu disse sim sem pensar duas vezes e, quase imediatamente, após prepararmos nossa canoa, menos barulhenta e mais discreta, fomos explorar o inóspito delta do Volga atrás desse lugar incrível e intocado que chamam de Spenta Vahishta, que significa, em persa, “Verdade Sagrada.”
Os guias sempre se perguntaram o que uma ruína persa estaria fazendo no rio Volga, por isso queriam que cientistas fizessem explorações. Mas para mim e para meu colega Ermolai Dmitriev, isso não era surpresa. Por isso nos interessamos tanto, não era território oficial do Império Persa, então bem que poderia ter algo a ver com uma civilização ancestral aos persas, muito mais antiga!
“Kal, acho que encontramos algo especial aqui! Por acaso, e por acaso é como coisas especiais são normalmente encontradas.” – Dizia meu amigo Ermolai.
O Delta do Volga é uma região biogeográfica estupenda! Uma extensão de inúmeros afluentes, extensos juncos onde pelicanos e flamingos, totalmente incomuns nessa região árida, podem ser encontrados em rota de migração. Além de muitas outras aves ribeirinhas, peixes pululantes e uma exuberância vegetal de encher os olhos. É uma mistura de pântano sombrio com o paraíso!
Encontrar algo tão majestoso, talvez ruínas sagradas, nessa região tão linda, era melhor ainda do que esperávamos para essa expedição.
Deslumbrados, Ermolai e eu nos revezávamos nos remos. O casal de guias e os serviçais se recusaram a continuar pois eles afirmam que conhecem as histórias sobre o Spenta Vahishta, que são assustadoras o bastante para eles se manterem longe.
Kustanai, o marido do casal de guias, conta que um conhecido seu já guiou uma equipe Nazi pela região, uma vez que os Nazistas vasculharam toda a Ásia em busca de artefatos poderosos. Ele contou que os nazistas, quando se aproximaram do dito lugar, estremeceram ao investigar o local e saíram de lá às pressas afirmando simplesmente que não era esse tipo de conhecimento que o Führer buscava; embora o guia tenha visto pavor nos olhos de alguns dos outrora destemidos alemães.
Um dos místicos que acompanhavam o grupo nazista teve um infarto fulminante após examinar alguns achados no local. O colega do nosso guia, que testemunhou a reanimação do místico pelos paramédicos, viu também em que estado o místico alemão despertou do incidente: estado de choque e insanidade, com instabilidade entre profunda euforia e extrema melancolia, embora poucos o compreendessem quando falava, tal era seu estado. O guia não acredita que o local seja amaldiçoado, ele acredita que foram as descobertas no Spentavahishta que mexeu profundamente com o forte sistema de crenças do místico e o levou à insanidade. Por isso ele não quis nos acompanhar, dizendo que prefere não arriscar ter um conhecimento que não faz bem para a saúde mental.
Mas aquela aventura magnífica não deixava que nenhum boato nos impedisse. Só queríamos encontrar esse lugar, explorar seus pergaminhos e, eu acreditava, estando muito melhores preparados intelectualmente do que um místico nazista, as descobertas não nos afetariam.
Após dias navegando por aquelas estupendas terras alagadas, finalmente o dono da pensão, que fora nosso guia, nos apontou dizendo:
“O Spenta Vahishta!”
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