Guia da Insônia #17 Camilo Castelo Branco

Camilo Castelo Branco (1825-1890)
Estilos: Romantismo, Sátira, Romance Histórico, Terror.



  Dono de uma extensa obra literária, este romancista português parecia representar sua própria vida conturbada em seu universo literário. O escritor, um dos poucos de sua época que conseguiam viver da própria escrita, chegou a ficar um ano preso acusado de adultério.
  Os temas de suas obras eram a orfandade, a bastardia, suicídio, tortura psicológica, vingança e outros inúmeros temas. De modo que boa parte de sua bibliografia podem ser ótimas leituras em noites de insônia, que é o objetivo dessa série, e, porque não, provocar as insônias... com seus personagens medonhos e misteriosos.
  Nem todo conteúdo que destacarei desse escritor dão medo. Muito melhor conhecido pelas histórias de amor que escreveu, Castelo Branco era capaz de criar histórias cheias de reviravoltas. Em algumas histórias, podia finalizar com um final bem feliz; em outra, era capaz, até mesmo, de matar todos os personagens principais da trama (não farei, é claro, tamanho spoiler, por dizer em que romance ele faz isso). Enfim, ler Camilo Castelo Branco é sempre se surpreender com tamanha diversidade de reviravoltas e desfechos.
   Dando um desfecho em sua vida tão marcante quando os finais de suas tramas, o escritor se suicidou após um médico não ter lhe dado muitas esperanças quando à sua progressiva cegueira por neuro-sífilis.



Sugestões de leitura:
Obras em domínio público 



Anátema. 1851. Gótico. Terror Psicológico. Conta a história de como a vida de Inês da Veiga foi desgraçada por um padre bastardo que queria vê-la sofrer por ela ser sua meia-irmã. O antagonista, o padre, é uma pessoa totalmente maquiavélica que vai desgraçando suas vítimas de forma dissimulada.









 Mistérios de Lisboa. 1854. Aventura. Um órfão deseja saber mais sobre sua própria história e vai investigando e descobrindo personagens heroicos e histórias macabras, ao longo de todo o século XIX; por várias partes do mundo, inclusive o Brasil. Depois todas essas histórias vão se entrelaçando para explicar a história do órfão.





O Judeu 1866. Romance Histórico. "O Judeu" é uma quase biografia de António José da Silva, um dos muitos judeus perseguidos pela inquisição portuguesa. Usando muitos dados verídicos, Castelo Branco reimagina o que não sabemos sobre a história dessa personalidade histórica.











A Bruxa do Monte Córdova. 1867. Romance. Pela capa do livro e pelo título, logo imaginamos uma história de horror. Mas, na realidade, é uma história de amor, com elementos, sim, de paganismo e o sobrenatural. Há mesmo uma bruxa, uma bela jovem cobiçada na aldeia que entra para uma religião pagã e começa a realizar serviços de exorcismo na comunidade.











A Freira no Subterrâneo. Romance Histórico. Camilo Castelo Branco focaliza mais uma vez em uma personalidade verídica de sua época. Bárbara Ubryk foi condenada ao emparedamento por imoralidade.
A história ocorreu na década de 1860. A obra seria uma tradução a partir do Francês do texto "Les amoureuses cloitrées" que crê-se ter sido escrito pela própria vítima; mas a realidade é que não sabemos o quanto de ficção essa história (com poucos registros históricos) recebeu, inclusive pelas hábeis mãos desse escritor.









O Assassino de Macario. Comédia, Ficção Policial. Após o malandro Macário conhecer o pai da moça com quem se comprometeu em casar, um homem severo e violento, o rapaz tem o plano mirabolante de forjar a própria morte para evitar ter tal pessoa pavorosa como sogro. Mas ele não contava com a tenacidade da filha do dito homem, sua prometida, que só pensa em encontrar o assassino em vingar a "morte" do amado. 











 

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