O gênero Ensaio - Como escrever sua opinião?




  Um artigo de filosofia, ou um comentário do artigo, o famoso textão de facebook são exemplos comuns do uso do gênero literário chamado Ensaio, onde o escritor opina sobre algum assunto.
  Porque ninguém gosta de ler textão de facebook?  Porque é muito mal escrito, sem uma linha de raciocínio facilmente acompanhável, cheia de erros de digitação, péssima paragrafação. Ainda em um teor reclamão, o mimimi...
  Muitos escritores de ficção, como Tolkien, também escreveram excelentes ensaios! E muitos conseguem produzir leituras agradáveis dentro no gênero ensaio. Como conseguem? 
    Eles acompanham os pensamentos do leitor.
  Como podemos dar nossa opinião, seja em um livro, nos comentários ou em um artigo de um blog, de forma agradável, que as pessoas apreciem ler, mesmo os que não concordem? Como escrever sua opinião sem mimimi?
  Acompanhar o pensamento do leitor significa transmitir em texto um pensamento teu; todo ele. Damos muito valor ao conteúdo do nosso pensamento mas nos esquecemos que nosso pensamento também é uma história. Escrever um pensamento é contar a história do seu pensamento: o começo, o meio e o fim.
  A história de um pensamento, em todo o ser humano, geralmente se passa da seguinte ordem:

Observar
Ter curiosidade
Investigar
Raciocinar
Concluir

  O segredo é fazer com que o leitor passe por essas etapas que compõem um pensamento. Do começo ao fim, estruture sua opinião da seguinte forma:

Apresente a questão envolvida.

  Onde está o que você quer dizer? Mostre primeiro isso aos leitores. Tente se lembrar porque você criou uma opinião sobre isso. Nas primeiras frases do seu texto, apresente a questão. 
  Embora hajam outras formas de introdução, é bem eficiente começar com uma ou duas perguntas. Como: "Já se perguntou sobre isso isso e aquilo?" Ou "Percebeu que quando isso e isso acontece aquilo reage dessa ou daquela forma?" Há muitas outras forma interessantes de levantar sua questão. 
   O melhor dessa técnica é que, mesmo que o leitor nunca tenha feito essa pergunta, ele fará assim que ler, não é?

Atice a curiosidade

   Todo o ser humano é curioso de nascença, porque, sem presas ou garras, aprender é o nosso principal meio de sobrevivência. Ao levantar a questão de forma eficiente você já começou a despertar o interesse do leitor. Mas talvez precise agora enfatizar porque sua questão é importante. Seria bom se sua questão tivesse resposta? Como seria bom? Como isso beneficiaria o leitor? Ou, se preferir, como isso seria importante para a sobrevivência do leitor? 

Comece com os fatos.

  Agora a etapa é a investigação, ou estudo. Se você vai dar sua opinião, ela tem que ter fundamentos em fatos; então apresente os fatos aos seus leitores. Não caia no erro de usar falácias ao invés de fatos. A famosa "conversa mole". 
  Atentem para não se sentirem seduzidos a usarem essas falácias; porque algumas são técnicas milenares que tem funcionado por séculos para pegar idiotas e pode ser que você não esteja escrevendo para um idiota ler.


Exemplos de falácias comuns: 
Argumentum ad Hominem. Criticar o dono da opinião contrária e não a opinião contrária.
Apelo à popularidade. É dizer que você está certo só porque a maioria pensa como você.
Petitio Principii. É usar sua própria opinião como argumento. "Eu não sou bandido, porque não cometi nenhum crime."


  Mostre o problema e aponte que precisa de uma solução; ou mostre que a ideia vigente ou a solução em curso não é satisfatória.

Isso foi feito para ser assim, mas está claro que, devido a isso, isso e aquilo, não produz o efeito desejado. 
Pensa-se que isso é assim mas, se examinarmos aqui a ali veremos que não é assim, mas assim. 

Argumente.

  Com os fatos apresentados agora você precisa mostrar a sua solução. Um bom meio para isso está na Bíblia. Leia o livro de provérbios e encontrará uma técnica eficaz: mostrar a diferença. 
   Mostre como é o errado e depois mostre como fica do jeito que você pensa ser o certo. No livro de provérbios, você notará uma estrutura básica na maioria das frases de Salomão:

Isso é assim quando é desse jeito, mas se for desse outro jeito é muito melhor.

 Ou seja, busque contrastar o pensamento errado com o que você acha certo.
  Existem outros meios de argumentar mas, estamos falando de uma verdadeira arte. Cada um desenvolve seu próprio meio de argumentar, de persuadir.
  Não se esqueça que você está contando a história do seu pensamento, se você chegou a desenvolver uma opinião, foi porque raciocinou e raciocinar nada mais é do que argumentar consigo mesmo. Portanto você tem os argumentos para o que você pensa. Então diga o que pensa.
Essa etapa é o seu grande momento, é onde você diva. Capriche!

Concluir.

  Nada mais é do que um parágrafo que enfatize, depois de tantas perguntas, explicações e argumentos, somente o conteúdo da sua opinião. 
  Não é bem um resumo de tudo o que você escreveu, como alguns professores gostam de ensinar, mas a essência do que você quis expressar com tudo isso. Se puder concluir em uma frase ou duas, melhor, pois é o que ficará na mente do leitor. 
   Se é o que ficará na mente do leitor, o que adianta escrever tanto? Porque simplesmente não dizer a apenas a essência? A diferença é que, acompanhando o pensamento dos leitores, ele estarão muito mais propensos a aceitar sua conclusão, se se convencerem dos seus argumentos.
  Embora seja importante que a conclusão se encontre no final do seu texto, muitos argumentadores gostam de finalizar o ensaio com alguma frase que convide o leitor a aplicar sua ideia

  É claro que, dependendo do assunto, você não conseguirá concluir cada etapa do seu ensaio em umas poucas frases. Terá que se aprofundar muito mais. Há ensaios quilometrais, de centenas de páginas. O ideal é que, maior for o teu texto, maiores devem ser todas as etapas; mas com uma ênfase desproporcional na fase da Investigação e Argumentação.

   Então, caro leitor, espero que esse artigo te ajude a liberar os seus pensamentos. A mostrar quem você é para o mundo; e o que pensa. Não tenha dúvidas de que o mundo enriquecerá com o seu ponto de vista!

  Se você conhece outra pessoa que se beneficiaria com esse artigo, use as ferramentas abaixo para compartilhar o artigo em suas redes sociais. Ou simplesmente mande o link para alguém, ok? 




Nenhum comentário:

Fernando Vrech. Imagens de tema por andynwt. Tecnologia do Blogger.